A velha igreja abandonada sob um céu com nuvens que nunca trazem chuva.
Vendo-a, coloco-me a pensar, muitas vezes, quão distante e quão próxima ela se encontra no tempo.
Tão em ruínas e tão jovem!
Mais jovem ainda que esta servidora da arte e da própria igreja que ela tenta restaurar.
É como se ela sentisse nostalgia de tempos passados, como se, do nada, ela tivesse sentido-se sozinha em meio a si mesma e se tivesse ficado abandonada à sua própria sorte… à sua morte prematura.
Amei-a desde que a vi pela primeira vez. Desde que caminhei por sua nave e toquei seu altar, desde que vi os conhecidos rostos santos e patriarcais lutando contra a deterioração.
Vê-la dia-a-dia ressurgir lentamente enche-me de alegria. Suas paredes voltando a impregnar-se com o perfume do incenso e até sua cúpula chegam os cantos e as orações destes missionários que Deus mandou em seu resgate.
No dia 8 de setembro de 2012 vamos vê-la vestir-se de festa, e vamos sentir, com certeza, que voltamos a devolvê-la ao mundo, mas no fundo de nossos corações sentiremos, também, que ela continua sendo nossa. E nesse sentimento, com certeza, vamos estar muito próximos de Stefano Vassiliadis e sua família, de Costa Saltaferis e de muita gente que a meio século a viu nascer com fé, alegria e altruísta desprendimento.