A Gazeta de Lins | Igreja Ortodoxa perde seus fieis

A Gazeta de Lins nº 6803, 22 de junho de 1974

Igreja Ortodoxa perde seus fieis

Há cerca de 15 anos, a colônia grega de Lins era bastante numerosa o que levou um dos elementos da comunidade, Stefanos Vassiliadis, a pensar seriamente em divulgar e estimular entre os gregos residentes na cidade, a crença oficial de seu país de origem: a religião Católica Ortodoxa.

Stefanos Vassiliadis que chegou aqui em 1951 e que ainda reside em Lins, iniciou em 1958 a construção de uma igreja que tinha por objetivo reunir a colônia grega da região. Sua iniciativa alcançou grande êxito e, em pouco tempo, conseguiu edificar o templo que passou a funcionar com celebrações dominicais.

Construída em estilo arquitetônico próprio, a igreja teve toda a parte de pintura e decoração interna feita pelo artista Constantino Sartaferes vindo da Grécia especialmente para realizar os serviços. “Na época em que foi construída” — declara Stefanos — “há 16 anos, gastamos aproximadamente 60 mil cruzeiros nos trabalhos de construção e decoração do prédio”.

“Nosso esforço foi recompensando” — continua ele — “pois tínhamos uma grande afluência de fieis de Lins e da região que vinham assistir às cerimônias. Até oito ano atrás, havia um número regular de 100 a 130 fieis que assistiam às funções”.

Aos poucos, houve uma diminuição da colônia grega em Lins, restando atualmente somente 10 famílias. Isso ocasionou a decadência do culto ortodoxo na cidade. As cerimônias que eram realizadas semanalmente, foram reduzidas para celebrações mensais, oficiadas por um sacerdote vindo da cidade de São José do Rio Preto.

Maria Vassiliades, esposa de Stefanos, e que continua ainda responsável pela conservação do prédio, declara que “hoje, a assistência às funções tem se resumido a pouco mais de 30 pessoas”.

O prédio da Igreja Ortodoxa de Lins, aos poucos parece também perdeu seu sentido. Torna-se cada ano que passa, mais vazio e mais distante de seus objetivos: o de conservar a crença e os costumes de um povo.

Apesar dos esforços da família Vassiliades e de um restrito número de fieis, que ainda continuam lutando para sua conservação, a comunidade ortodoxa de Lins parece estar fadada a terminar, com o progressivo êxodo de seus membros para outras regiões.

 

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