O que vi e vivi na cidade de Lins
esses dias!
19/09/2012 11:11
Em meu espírito repercutiu, mais do que nunca, a Palavra do Divino Redentor, dirigida a Pedro: “Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes?… Apascenta os Meus Cordeiros, apascenta as Minhas Ovelhas” (Jo 21,15.17)
Três Irmãos e uma Irmã movendo seus espíritos, para se unirem, estreitamente, ao Divino Redentor, para aceitarem, docilmente e em toda a sua integridade, os Divinos Ensinamentos, e de aplicá-los diligentemente em todos os momentos de sua existência, de forma que a Fé seja, constantemente, a Luz de suas condutas, e suas condutas sejam o reflexo de sua Fé. Ah! Que Graça ver e viver esses olhos fixos em Nosso Senhor Jesus Cristo!
Três Irmãos e uma Irmã, tendo seus olhares fixos em Cristo e seguindo Seus Ensinamentos e Exemplos, intimamente persuadidos de que para eles não é suficiente limitar-se a cumprirem os deveres a que estão obrigados, mas de que devem tender, com força cada vez maior, àquela Santidade que a dignidade humana exige, segundo a Advertência da Nossa Igreja: De levar uma vida mais santa que os leigos e servir para estes de exemplo na virtude e no modo reto de agir. Ah! Que Graça ver e viver com homens dispostos a uma vida Cristocêntrica!
Três Irmãos e uma Irmã, fazendo de suas vidas uma reprodução da Exortação de Nosso Senhor: “Dei-vos o Exemplo, para que, como Eu vos fiz, assim façais também vós” (Jo 13,15). Afinal, Cristo é o Verbo de Deus, Quenão desdenhou assumir a natureza humana; Que viveu a Sua Vida Terrena para cumprir a Vontade do Pai Eterno; Queem torno de Si difundiu o Perfume do lírio; Que viveu na pobreza e “passou fazendo o Bem e curando a todos” (At 10,38); Que, enfim, Se imolou, como Hóstia, pela Salvação de seus irmãos. Ah! Que Graça ver e viver na pratica da humildade, com homens que têm a consciência de que: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Três Irmãos e uma Irmã, vivendo, sem deslumbre com seus maravilhosos dotes pessoais e sem buscar estima ou louvores, apenas imitando a Cristo, o Qual não veio “para Ser servido, mas para servir” (Mt 20,28); apartando o espírito das coisas terrenas para seguir mais livremente o Mestre Divino. Ah! Que Graça ver e viver com homens iluminados pela Fé, dispondo suas almas à imolação da vontade por meio da obediência.
Três Irmãos e uma Irmã, fazendo de suas atividades diárias tudo o que se refere à uma vida sobrenatural, renunciando a tudo quanto é do mundo, para cuidar somente daquilo que é de Deus. Ah! Que Graça ver e viver, com homens que se esforçam, com ardor e alegria, para se conservarem, alvos, limpos, como convém aos verdadeiros bem amados de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Três Irmãos e uma Irmã, tomando como exemplo, em suas vidas, os grandes Santos dos passados e dos nossos tempos, os quais, unindo o necessário desprendimento dos bens materiais a uma grandíssima confiança na Providência e a um ardentíssimo zelo ao sagrado, realizam maravilhosas obras, confiando unicamente em Deus, o Qual nunca deixa faltar o necessário. Ah! Que Graça ver e viver, com homens guiados pelo espírito e pelo amor, que demonstra a simplicidade e a modéstia do teor da vida. “Não busco os vossos bens, mas, sim, a vós” (2Cor 12,14).
Teria ainda muito por dizer sobre todas essas coisas que vi e vivi nestes dias na cidade de Lins, contudo existe uma certeza, em meu coração, que não pode calar: Não é possível a qualquer cristão, e em especial a esses três irmãos e essa irmã, imitar os Admiráveis Exemplos do Divino Mestre, sem o auxílio da Graça e sem o uso daqueles instrumentos da Graça que Ele mesmo pôs à nossa disposição: Uso tanto mais necessário quanto mais elevado o grau de perfeição que devemos alcançar e quanto mais graves as dificuldades que procedem da nossa natureza inclinada ao mal.
Sim meus amados, a Graça! “Nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1Cor 3,7).
Sim meus amados, a Graça! A Graça dessa Casa de Deus em meio dos homens, onde, o Senhor habita com eles!
Uma nova Igreja em meio de uma grande cidade! Imagino o quanto que o Redentor Divino se sente repleto de zelo, reverência, amor por essa antiga e nova Igreja, porque é a Casa de Seu Pai; e que hoje Ele mesmo, o Deus Incarnado, se digna morar verdadeira, real, substancialmente presente nessa nova e antiga Igreja.
Essa nova, mas, antiga ao mesmo tempo, Igreja, quer dizer uma nova Casa de Oração, onde Deus reside perenemente pronto a acolher a quantos O procuraram e o quanto O procurarão, a ouvir a suas confidências, a atender as suas súplicas, a cumulá-los de favores; e onde os filhos de Deus O visitaram e O visitarão confiadamente, seguros de serem dignos de serem filhos de Deus.
Essa nova, mas, antiga ao mesmo tempo, Igreja, quer dizer mais uma Belém ou Nazaré, onde cada novo dia desceu e descerá e morou e morará o Salvador; onde renascerem e renascerão os filhos de Deus e onde todos, grandes e pequenos, ricos e pobres, do mesmo Corpo Místico e aprenderam e aprenderão a reconhecer, amar e beneficiar ao Próprio Cristo em cada um dos próximos.
Quer dizer, foi e continuará sendo, mais um novo Sinai ou um Monte das bem-aventuranças, onde o Legislador e Mestre Divino, volvendo os olhos e o coração aos seus, nos ensinou e ensinará, Palavras de Vida Eterna, que já, nesta vida, nos fazem Bem-Aventurados e nos mostrando a VIA que, seguramente, conduz á Infinita Bem-Aventurança do Reino dos Céus.
Mais um Cenáculo ou um Calvário, Altar Sagrado, Celeste Propiciatório, tinto diariamente no Sangue da Vítima, cuja Voz, bem mais insinuante que a do sangue de Abel, sobe aos Céus a propiciar a Majestade do Eterno.
Essa nova e antiga, ao mesmo tempo, Igreja, foi e será a Porta do Céu: como se o Céu aí baixasse a pousar na terra para nos oferecer todas as suas riquezas, e a terra subisse a tocar o Céu, para melhor mostrar a sua pobreza e receber o remédio.
Essa nova e antiga, ao mesmo tempo, Igreja, foi e será um grande e justo motivo de alegria para os que morando á volta dela, nela tiveram e terão, a sua Casa de Oração, o seu Altar Propiciatório, a sua Porta do Céu! Promessa segura de Bênçãos e Graças temporais, espirituais e eternas!
Amados meus, que O Onipotente que com Sua Presença Invisível contém o universo, mas que com sinais visíveis manifesta o Seu Poder para a nossa salvação, torne ilustre e glorioso este Templo, fazendo sentir os benefícios da Sua Divina Munificência a quantos aqui A vierem implorar de modo que se façam eles próprios Templos Vivos do Espírito Santo e Pedras Preciosas para o Templo da Jerusalém Celeste.
Sendo assim, implorando a Proteção de Nossa Senhora, de São João Batista, minha mais profunda gratidão ao meu querido amigo e irmão em Cristo, Dom Irineu Danelon, SDB e a todos os filhos Misericordiosos da Cruz, que tanto fizeram para que meus olhos e meu coração ficassem redobrados de alegria, movendo-me a implorar todos os dias abundantes e especialíssimas Benções do Céu SOBRE TODOS QUE CONTRIBUÍRAM para que eu ver e viver esses dias tão cheios de Graça na cidade de Lins.
† Dom Farès Maakaroun,
Arcebispo da Igreja Católica, Apostólica Greco-Melquita
no Brasil.