que, como disse Vassiliki Thomas Constantinidou em seu livro, se converteu em “…uma janela aberta sobre um universo distante. Um convite ao olhar, uma viagem a um tempo esquecido, que só existe na memória dos velhos — os guardiões das lembranças.”
Esta construção guarda o encanto da história e da arte, como tudo o que é relacionado com a milenar Grécia, uma dos dois berços universais do Ocidente. Passou em pouco mais de meio século, por tantas etapas, que parece condensar em si mesma, a energia e a experiência de séculos.
Foi chamada a “Pérola Bizantina” e hoje, somos bizantinos, aqueles que lutamos para ir além de sua restauração, queremos convertê-la em um espaço da Grécia. Um espaço da Grécia insular que cada grego possa relembrar e cada pessoa reconhecer.
Talvez, como homenagem a todas as contribuições gregas para a cultura destas terras brasileiras, talvez, como homenagem a Stefano Vassiliadis, e através dele, a todos os imigrantes gregos. Talvez, simplesmente, porque Deus nos confiou esta missão,… ou pode ser, também, a mistura de todas estas coisas.
Desde o ponto mais alto de sua cruz, contempla o que a cidade de Lins se tornou, suas histórias, o crescimento de suas construções, suas perdas, suas paixões, suas angústias e suas alegrias. Ela ainda é capaz de distinguir o aroma do café na história, tem o branco do arroz gravado nas paredes, e aprendeu a distinguir o forte cheiro das plantações de cana-de-açúcar.
Foi albergue de muitas ideias religiosas diferentes, abrigou a muitos desprotegidos, foi capaz de resistir a muitas ocupações; a “Pérola Bizantina” como verdadeira pedra preciosa, para provar sua legitimidade, soube desafiar a corrupção do tempo.
Ninguém que a conheça pode permanecer insensível a ela.
Muitas paixões humanas e terrenas foram se concebendo ao seu redor, muitas alegrias e pesares foram vistos debaixo de seu teto e próximas demais de seus muros.
Ela conhece profundamente a alma dos homens; oxalá, os homens queiram conhecer sua alma e a historia de redenção, que contam suas paredes.