O artista que pintou os ícones de “Panaghya Tsambika”, Costas Saltaferis, era um iconógrafo argentino filho de gregos, e também nós, seus restauradores, somos iconógrafos argentinos com parentes próximos na Grécia.
Chegamos pela primeira vez ao templo e aceitamos o trabalho num dia 7, e num dia 7 ocorreu a tragédia que matou Nicolas Vassiliadis, um dos filhos de Stefano Vassiliadis, quem mandou construiu a igreja, e cujos restos mortais permanecem na cripta da mesma.
No ano 57, começou a ser construída a igreja, e num dia 27 professamos nossos votos religiosos e, finalmente, foi no ano de 97 que faleceu Stefanos Vassiliadis.
O número 7 se repete como uma constante.
Maria se chamava a esposa de Vassiliadis, e Maria se chamava a mulher que por 23 anos cuidou da igreja depois que a família deixou Lins.
Também meu próprio nome de batismo contém esse nome, “Rosemary”: Rosa María.
Encontramos na igreja a placa alusiva à doação em alguns móveis da igreja, como no trono do bispo por exemplo, o nome de Miguel Antonio Zarvos, o nome de batismo do Padre Nectarios, restaurador ligado a mim nesta igreja, “Miguel Antonio”.
22 quase 23 anos se passaram desde que a família Vassiliadis deixou a cidade de Lins e a morte de Stefanos Vasilliadis no Paraguai. 22 quase 23 anos Dona Maria cuidou da igreja depois disso; e 22 quase 23 anos se passaram até eu voltar a reencontrar-me como Padre Theodoro que me trouxe até Panaghya Tsambika.
Para expor outra coincidência, tenho que dizer que Stefanos Vassiliadis nasceu em fevereiro, e eu também nasci em fevereiro.
Embora o tempo decorrido desde a fundação seja pouco mais do que meio século, os véus que cobrem a história do templo são muitos.
Uma imensidão de diferentes versões circulam em Lins. Isto nos surpreendeu muito, porque para uma cidade relativamente pequena e em apenas 50 anos, é impossível que a memória coletiva não tenha registrado fielmente os fatos
A prova disso é encontrada numa carta enviada pelo Karistula Vassiliadis ao prefeito da cidade, há alguns anos.
Quando li essa carta, tive certeza de que a história estava cheia de parênteses, lacunas, pontos de interrogação e muito mais.
Durante minha pesquisa histórica, nos círculos populares e próximos em distância do templo, encontrei muitas histórias de acontecimentos estranhos ocorridos nas proximidades ou no interior do templo.
Mas em breve teremos um capítulo inteiro sobre isso.
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